Ex-governador falou sobre as articulações para o pleito de 2026 e sobre o momento de reorganização do PSDB
ADÃO RIBEIRO
Da Redação
O ex-governador do Paraná (2011/2018) e atualmente deputado federal Beto Richa (PSDB) admitiu nesta sexta-feira, em entrevista exclusiva ao Diário do Noroeste, a possibilidade de se candidatar ao Governo do Estado no ano que vem. Ele advertiu que é preciso uma série de fatores, incluindo o apoio do grupo que atualmente governa o Estado.
Richa disse que tem boas relações com o governador Ratinho Junior, que foi secretário no seu Governo. Na mesma direção, lembrou que a equipe do atual gestor tem vários nomes do seu secretariado, incluindo Guto Silva (Cidades), Marcio Nunes (Agricultura) e Norberto Ortigara (Fazenda). “Se tivesse todo esse grupo que estava comigo, novamente, eu topo a parada.”
Ele reforçou a linha de pensamento citando pesquisas em cidades como Foz do Iguaçu e Campo Mourão que o colocam bem posicionado em segundo, a exemplo do que houve com pesquisas publicadas em junho. Argumentou que nem se declarou candidato, o que o deixa satisfeito, pois se trata de um reconhecimento do povo ao seu trabalho como governador, atuando fortemente nos municípios.
Por fim, advertiu que as pesquisas são conjunturas do momento e que uma candidatura requer um grande alinhamento. Caso não se viabilize, afirmou que está satisfeito sendo deputado federal participando de trabalhos intensos nas comissões e conseguindo verbas para as cidades.
Nacional
Richa criticou o que classifica de polarização política em curso no País. Na sua avaliação, o cenário saiu da disputa política e partiu para agressões pessoais sem nenhuma proposta de interesse da população.
Citou como exemplo o pleito de 2022 para presidente da República, quando se falou de muita coisa, menos do que interessava ao povo. Ele lembrou ainda as disputas em outros pleitos envolvendo o PSDB, que se davam no campo das ideias.
Ainda sobre política, analisou que foi um erro estratégico do partido não ter disputado as eleições presidenciais de 2022. Era preciso marcar posição. Atualmente o PSDB tenta se reorganizar nacionalmente após ter diminuído a sua representatividade, sobretudo no Congresso Nacional.
Criado em 1988, apenas seis anos depois o partido chegou à presidência da República com Fernando Henrique Cardoso. Também governou o maior estado (São Paulo) por 30 anos, além de outras unidades da federação em todas as regiões do País, incluindo o Paraná. Richa também foi prefeito peessedebista de Curitiba por duas vezes.
Aliás, a dificuldade vivida pela sigla no Paraná se deve, em sua maioria, ao que classificou de injustiças que ele sofreu com denúncias infundadas e que o STF rechaçou, descartando ilegalidades.
Paraná
Presidente da Sigla no Estado e vice-presidente nacional, Beto Richa avaliou que é momento de fortalecimento partidário para participar das eleições de 2026. Ainda sobre o parlamento, disse concordar com a transparência nas emendas de deputados e senadores e o fim do que ficou conhecido como “emendas secretas”.
Para ele, a participação dos deputados em emendas é positiva, já que os parlamentares e os prefeitos conhecem as dificuldades financeiras de cada município. A questão, reiterou, é que os recursos sejam destinados de forma clara com a devida prestação de contas.
Beto Richa informou que está na região também para prestar contas. Apenas nesta sexta-feira estaria em Santo Antônio do Caiuá, Loanda, Marilena, Terra Rica, Nova Londrina, Porto Rico e Guairaçá, além de Paranavaí.
Na entrevista ao Diário do Noroeste o deputado confirmou R$ 6,7 milhões em emenda parlamentar para investir na pavimentação em Paranavaí. A liberação se dá a partir do Plano de Trabalho, uma exigência do Supremo Tribunal Federal (STF), que de forma correta determina detalhamento na aplicação do recurso. “É na cidade que as pessoas vivem e precisam de investimentos”, sintetizou.
Também na defesa das emendas, Richa opinou que o instrumento é ainda mais importante neste período em que o Governo Federal faz “gastança desenfreada” e busca cobrir as despesas na criação de impostos.
Na articulação, o presidente tucano está conversando com lideranças para viabilizar chapa de candidatos a deputado federal e estadual na Região Noroeste. Não antecipou nomes, já que esta fase é dedicada a analises e cada postulante busca o caminho mais viável para disputar o pleito.
Na visita ao DN o deputado estava acompanhado de lideranças regionais. Ele foi recebido por Sérgio Carvalho, diretor-geral do Diário do Noroeste.
A entrevista completa está disponível no canal do YouTube do Diário do Noroeste.
