Aleksa Marques / Da Redação
Medo, frio ou indisponibilidade. Alguns fatores são decisivos no momento da decisão de se tornar uma doadora ativa. Os estoques estão abaixo do normal e Viviane da Costa Bastos técnica de enfermagem do Posto de Coleta de leite materno da Prefeitura de Paranavaí indica alguns motivos.
“Ainda hoje há quem desconheça o serviço. Outras não enxergam o banco de leite como uma doação importante como a de sangue ou de órgãos, por exemplo”, explicou.
Além disso, ela fala que é um processo difícil, pois algumas não conseguem amamentar os próprios filhos e doar leva tempo, organização da agenda e uma mudança na rotina. Viviane aponta ainda que a doação exige cuidados de higiene dos materiais, como lavar e ferver as bombas diariamente, e nem todas as mães conseguem tempo e disposição para isso.
Nos últimos dias, por conta das ondas de frio, muitas mães desistiram de realizar a doação, pois precisam lavar e expor as mamas para a retirada do leite. Com as temperaturas mais baixas, a ingestão de água também diminui o que acarreta uma menor produção de leite.
As mamães devem ter ciência de que 1 litro de leite pode alimentar até 10 recém-nascidos. O leite humano é fundamental para a saúde e o desenvolvimento de bebês e, em algumas situações, é o único alimento recomendado pelos médicos, como no caso de crianças nascidas prematuras.
COMO SER UMA DOADORA
Para ser uma doadora é preciso residir em Paranavaí, não fumar, não ter recebido transfusão de sangue nos últimos seis meses e ter exames de HIV, hepatites e sífilis recentes. Caso não tenha, é necessário que faça em alguma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Depois é feito um cadastro via WhatsApp ou telefone para então uma visita domiciliar. A equipe deixa à disposição da mãe a bomba, etiquetas e frasco estéril. Uma vez por semana as enfermeiras passam para recolher o leite coletado.
“Nessa visita domiciliar ensinamos tudo sobre a coleta, cuidados e armazenamento”, completa Viviane. Ela lembra que não há uma quantidade mínima de doação e qualquer quantidade é sempre muito bem-vinda. O ideal, segundo ela, é que as doadoras consigam extrair em uma semana pelo menos um frasco de 350 mililitros para que seja possível a realização de um teste de qualidade desse leite.
A técnica de enfermagem diz que já teve uma doadora que doou 20 frascos em uma semana. Outras conseguem um frasco a cada sete dias. “A quantidade é muito relativa e depende da organização de cada mãe. Mas a importância é a mesma”, completou.
Em Paranavaí, segundo Viviane, nascem de 80 a 100 bebês por mês. As responsáveis do centro passam fazendo visitas na maternidade para tentar buscar novas doadoras, mas o número de adesão é baixo. Atualmente, há apenas 20 doadoras ativas na cidade.
As candidatas a doadoras podem entrar em contato através dos telefones (44) 3423-2046 ou (44) 99138-6683 (com WhatsApp) para fazer o cadastro.
