Paranavaí registra volume de chuva três vezes abaixo da média histórica para agosto

Estiagem tem impactos negativos importantes sobre as produções agropecuárias, conforme avaliou o secretário municipal de Agricultura, Tarcísio Barbosa

REINALDO SILVA

Da Redação

O momento é preocupante para a agricultura e a pecuária. Em agosto, Paranavaí registrou volume acumulado de chuva de 20 milímetros, três vezes menor do que a média histórica para o mês, 61 milímetros, conforme constatou o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), cuja estação meteorológica opera desde 1998.

Pelas condições climatológicas, agosto é o mês de menor índice de precipitação no estado, portanto o desempenho já era esperado.

Considerando o aspecto econômico, especificamente em relação às atividades rurais, o secretário de Agricultura de Paranavaí, Tarcísio Barbosa, disse que os impactos da estiagem ainda não foram medidos, “mas com certeza temos perdas em todos os setores”.

A redução no volume de produção é proporcional à preparação do produtor para o período de seca. O exemplo citado por Barbosa é a pecuária de leite. “Quem está preparado com silagem, consegue reduzir os efeitos da seca e garantir o bem-estar animal.”

De maneira resumida, o termo silagem, utilizado pelo secretário de Agricultura, se refere a um alimento comumente empregado na nutrição de bovinos. Deriva do processamento de plantas ou grãos e preserva os nutrientes por meio de fermentação sem oxigênio.

Além da falta de chuva, agosto é marcado pela incidência significativa de ventos, o que também afeta as produções rurais. Barbosa explicou que os ventos fortes e constantes comprometem a umidade do solo, principalmente em regiões como a de Paranavaí, onde a predominância é de característica arenosa.

No caso das lavouras de mandioca, pode haver falhas na área de cultivo e menor produtividade. Para contornar os efeitos da estiagem, é preciso fazer investimentos, e isso empurra para cima os custos de produção. Diante dessa combinação, a tendência é a redução de oferta e a elevação dos preços, num efeito sequencial que chega até o consumidor final.

Outras atividades essenciais para a economia de Paranavaí, como as culturas de laranja e cana-de-açúcar e a pecuária de corte, também são diretamente afetadas pela estiagem.

Barbosa falou da necessidade de investir em sistemas eficientes de irrigação, que, sim, ampliam os custos de produção, mas, da mesma forma, promovem melhores resultados e retorno financeiro compensatório, conforme avaliou o secretário.

Sem estrutura e equipamentos adequados para suportar os efeitos da seca, cabe esperar pela chuva – em condições adequadas, com volumes mais baixos, porém constantes, e não pancadas isoladas e irregulares.

De acordo com o Simepar, não há previsão de chuva para Paranavaí nos próximos dias, e o céu permanecerá claro pelo menos até domingo (7). A temperatura pode chegar a 34°C quarta e quinta-feira; a mínima da semana deve ser registrada sábado (6), 18°C.